sexta-feira, dezembro 24, 2010

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Hélix



Nebulosa de Hélix, também conhecida como NGC 7293 é uma nebulosa planetária localizada na constelação de Aquarius.


Descoberta por Karl Ludwig Harding, provavelmente antes de 1824, esta nebulosa é uma das mais próximas da Terra e está, aproximadamente a 700 anos-luz. 
A nebulosa de Hélix já foi também designada de Olho de Deus.

Durante uma tempestade de meteoros em Novembro de 2002, os controladores viraram o Hubble para o proteger por cerca de meio dia. A Helix estava practicamente na direção oposta à chuva de meteoros, permitindo ao Hubble fotografar a nebulosa.


Nebulosas como a Helix são formadas no final da vida de uma estrela (como o Sol) por uma corrente de gases que escapam da estrela a morrer.


Informação retirada daqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nebulosa_de_H%C3%A9lix
Foto retirada da net

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Sem ti



E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.



Eugénio de Andrade
Foto retirada da net

quarta-feira, dezembro 15, 2010

15 de Dezembro

1640 - Dom João IV faz o seu juramento solene como Rei de Portugal.

1806 - Napoleão Bonaparte invade Varsóvia.

1832 - Nasce Alexandre Gustave Eiffel, engenheiro e construtor francês.


1907 - Nasce Oscar Niemeyer, considerado um dos maiores expoentes do movimento moderno da América Latina.

1939 - Estreia um dos maiores clássicos do cinema mundial. "... E tudo o vento levou".
A obra que conquistou 10 Oscars, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Argumento e Melhor Fotografia, permaneceu 26 anos como o maior sucesso de bilheteria da história do cinema.

1993 - A Lista de Schindler, de Steven Spielberg, estreia nos cinemas norte-americanos.

2000 - A central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, fecha definitivamente, 14 anos após o acidente nuclear.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Pequenos romances


queimei os pequenos romances
da colecção coração de ouro
só restava o nosso
sabias que não seria duradouro

rodeei-me dos teus objectos favoritos
agora já não me sinto tão culpada
organizei o remorso
não encontrei absolutamente nada

um dia é provável que te volte a amar
mas espero que nesse dia
seja tarde demais



_m.r.t.
A Naifa - Uma Inocente Inclinação para o Mal

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Zorro


Eu quero marcar um Z dentro do teu decote
Ser o teu Zorro de espada e capote
P'ra te salvar à beirinha do fim
Depois, num volte face vestir os calções
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim

Eu quero ser para ti o camisola dez
Ter o Benfica todo nos meus pés
Marcar um ponto na tua atenção
Se assim faltar a festa na tua bancada
Eu faço a minha ultima jogada
E marco um golo com a minha mão

Eu quero passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar como é que conseguiu
Eu puxo da humildade da minha pessoa
Digo da forma que menos magoa
«Foi fácil. Ela é que pediu!»


João Monge/João Gil

segunda-feira, novembro 29, 2010

O Inferno Português

Com a crise, as medidas de austeridade e a discussão de Orçamentos de Estado na ordem do dia, há quem diga que a vida se vai tornar num inferno. Pelo andar da carruagem, até é capaz de ser uma melhoria. Afinal de contas, estamos a falar de Portugal, onde nada parece ser levado a sério. Se calhar é do clima, mas o certo é que as coisas se vão desenrascando e daí não se passa.

À semelhança dos Infernos das anedotas que envolvem personagens de várias nacionalidades, o Inferno Português seria, pelo menos em papel, algo terrível, como nunca antes visto em lado algum mas, na prática, acaba por ser bastante confortável. É uma tradição de muitos séculos, que remonta, pelo menos, ao reinado de D. Dinis, quando a Ordem do Templo foi extinta, mas acabou por só mudar de nome.

Voltemos ao hipotético Inferno Português, também conhecido como o mais Infernal Inferno do Mundo e Arredores – IIMA, para abreviar. Para assegurar uma verdadeira infernalidade deste novo inferno, seguramente se nomearia uma comissão ou duas para redigir um caderno de encargos digno de Mefistófeles, muito provavelmente escrito com o sangue de dúzia e meia de virgens – contratadas por concurso público internacional, seguindo directivas comunitárias. As sucessivas revisões do caderno de encargos estipulariam torturas cada vez mais elaboradas, como nunca antes vistas ou até mesmo sonhadas no mundo civilizado. Fariam parte dos cartazes de apresentação as mais quentes labaredas dos infernos, os diabos com os cornos mais afiados, as chicotadas aplicadas com mais vigor, os torcionários mais sádicos e, acima de tudo, a incomparável qualidade dos acabamentos das suites privadas dos quadros dirigentes do Inferno, com janelas panorâmicas para as piscinas de lava e piri-piri.

A concurso público iriam os projectos das empresas de construção civil e consultoria dirigidas por antigos ministros, e seria seleccionado o mais caro ou o que garantisse mais hipóteses de integração na vice-presidência do conselho de administração da empresa de grande parte dos elementos do júri.

O Inferno, propriamente dito, seria construído pelo Estado, a expensas da Fazenda Pública e, assim que terminado, estabelecer-se-ia uma parceria público-privada para a sua gestão, em que o Estado arcasse com as despesas, atribuísse uma indemnização compensatória pela exploração do espaço e a empresa privada ficasse com os lucros, como vem sendo costume nestes casos.

O Diabo, essa figura central do Inferno, seria, também ele, um antigo ministro, actualmente auferindo uma principesca reforma de um banco estatal que acumularia com um chorudo vencimento e carro com motorista. Seria auxiliado na sua desagradável tarefa de torturar as almas por um verdadeiro cortejo de diabretes sorridentes, todos eles ligados às máquinas partidárias.

Até aqui, este Inferno promete ser o melhor do mundo, ou o pior, dependendo do ponto de vista, mas é preciso não esquecer que se trata de um Inferno Português. Com o Estado falido, não haverá verba para pagar o aquecimento das piscinas de lava e não será, seguramente, a gestão privada a adiantar dinheiro do seu bolso. Aliás, caso não sejam pagas as indemnizações compensatórias pela prestação de serviço público infernal, os chicotes e a roda nem sequer sairão dos armários.

Finalmente, o Diabo, que goza de isenção de horário, aproveita as despesas de representação ilimitadas e muda-se para o Paraíso enquanto metade dos diabretes aparece pela manhã, assina o livro de ponto e só volta no dia seguinte. A metade restante mete baixa invocando motivos psiquiátricos, por não se sentirem bem com o pranto dos condenados ou desgostarem da ementa da cantina.

Aos condenados resta apenas chicotearem-se uns aos outros, porque alguém tem de fazer o trabalho.



Texto retirado daqui:
http://afonsoloureiro.net/blog/

sexta-feira, novembro 26, 2010

Quer emprego?

Era uma vez um empresário que conhecia alguns membros do governo, entre eles um determinado ministro.

Este empresário, querendo encontrar uma ocupação para o seu filho adolescente, durante as férias escolares, contactou o seu amigo ministro:

- Gostava que me ajudasses a encontrar qualquer coisa para o meu filho. Para o ocupar durante as férias.

- E o que é que ele sabe fazer?

- Ele terminou agora o 10º ano. Não sabe fazer nada.

- Olha, há um cargo de assessor do sub-secretário de estado. São cerca de 3000 euros.

- Não, isso é muito! Há alguma coisa menos bem paga?

- Sim, claro! Também preciso de um sub-assessor do assessor do sub-secretário. Já só são 2500 euros.

- Olha lá, então e não arranjas nada aí por volta dos 800 euros?

- Isso também há, só que o teu filho tinha de ser licenciado, fluente em 3 linguas, ter 10 anos de experiência, incluindo experiência em gestão de equipas e de projectos, implementação de sistemas integrados de ambiente, qualidade e segurança, CAP de formador e de técnico superior de HST....

quarta-feira, novembro 24, 2010

Desejo


O momento em que queres o teu homem.
E nesse momento, quereres que o teu homem, seja eu...



Toni
Foto retirada da net

segunda-feira, novembro 22, 2010

O tempo


O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.



William Shakespeare
Imagem retirada da net

sexta-feira, novembro 19, 2010


(...)
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência
E a única inocência é não pensar...



Alberto Caeiro in O Guardador de Rebanhos
Foto retirada da net

sexta-feira, novembro 12, 2010

Google dá prémios e aumenta salários de empregados

Escolhi este artigo da edição online da Exame Informática de 10-Novembro-2010.
A escolha teve, obviamente, a ver com os tempos que correm, com o permanente ruído sobre crise e recessão.
Podia já ter escolhido também o exemplo da Autoeuropa. Mas neste caso há outro motivo que me levou a trazer aqui este artigo: Uma das respostas.


O Artigo:

"Em tempo de crise, a Google vai contra a maré e premeia os seus empregados com aumentos nos salários e bónus avultados.

Segundo a Business Insider, a Google deu a todos os seus empregados mil dólares em bónus natalícios (cerca de 730 euros) e um aumento salarial de pelo menos 10%.

O aumento no salário terá efeito já no dia 1 de janeiro de 2011, e haverá ainda outros prémios para os empregados: os impostos sobre o bónus serão pagos pela Google e existem prémios de mérito baseados no desempenho de cada um.

A Google não comentou esta notícia, apesar de a Business Insider apresentar um suposto memorando interno onde são explicadas as regalias aos funcionários.

E a sua empresa? Valoriza os empregados segundo o mérito de cada um?"



A Resposta:

Re: Google dá prémios e aumenta salários de empreg

por: Utilizador anónimo
hoje às 9:59, 1 ponto

Na minha empresa, só há dinheiro para os Audi A6 e BMW 5 dos directores.

Para condições de trabalho que implicam directamente na produtividade e na qualidade do trabalho, não há. Estamos em crise.

Na minha empresa, só há prémios para directores e gestores. Mais ninguém contribui para os resultados.

Na minha empresa, quando se é muito bom o reconhecimento é zero. Quando se é muito mau, não acontece nada.

Na minha empresa, vale o que parece. Nunca o que é.

Na minha empresa, os critérios de atribuição do que quer que seja, baseiam-se na total ausência de critério.

Na minha empresa, ninguém conhece os parametros pelos quais foi avaliado, nem se foi avaliado.

Na minha empresa, uns fazem o que querem, outros fazem o que podem.




Link do artigo:
http://aeiou.exameinformatica.pt/google-da-premios-e-aumenta-salarios-de-empregados=f1007742

quarta-feira, novembro 10, 2010

What do you say?


Some men see things as they are and say, "Why?"
I dream of things that never were and say, "Why not?"


George Bernard Shaw
Foto retirada da net

segunda-feira, novembro 08, 2010

Retrato


Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?



Cecília Meireles
Foto retirada da net

sexta-feira, outubro 29, 2010

Vem


Tanto querer e desejo, tanta vontade e tão forte o impulso...

Tenho de te BEIJAR. Preciso de te BEIJAR...

Com INTENSIDADE
Com ABUNDÂNCIA
Com TERNURA
Com CARINHO
Com DESEJO
Com PAIXÃO
Com AMOR



Toni
Foto retirada da net

sexta-feira, outubro 22, 2010

Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo

Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo
nem fazer explodir a madrugada nos teus olhos.

Eu quero apenas amar-te lentamente
como se todo o tempo fosse nosso
como se todo o tempo fosse pouco
como se nem sequer houvesse tempo.

Soltar os teus seios.
Despir as tuas ancas.
Apunhalar de amor o teu ventre.



Joaquim Pessoa

terça-feira, outubro 19, 2010

Mais é de mais

Conversávamos, depois do jantar, do poder das palavras num mundo onde elas são permanentemente prostituídas e adulteradas.


Disse o meu filho mais velho, o Pedro: "As palavras enchem ideias, não enchem barrigas." Há um fundo de verdade nesta afirmação. Mas eu acredito, e sempre acreditei, que as palavras podem modificar o destino de milhões de homens, e provocá-los a agir. O que está a acontecer no nosso país é elucidativo. O paradigma está a alterar-se, já se alterou, e os nossos políticos, culturalmente muito enfezados, agem na mesma esquadria de há trinta e quarenta anos. Quero dizer: obedecem, cegamente, ao que do exterior lhes sussurram, e abdicam de criar um esquema próprio de solução dos problemas nacionais.


Sei que é difícil, mas não impossível. Berlim manda e Bruxelas é o porta-voz. Porém, alguém tem de bater o pé a essa hegemonia. Desde Bismarck que o alemão vem por aí abaixo, com armas na mão. E houve 1914-18 e 1939-45. Derrotados e humilhados, serviram de veículo a ressentimentos seus e de outros. A Alemanha não precisa da bomba nem do campo de concentração para ser a potência dominante na Europa. Chega-lhe e sobra-lhe a força da economia.


Existimos, como várias vezes tenho escrito e dito, numa democracia de superfície e de aparências. Vejamos: podemos, em consciência, aceitar um regime onde, há mais de trinta anos, o PSD e o PS são reinantes?, ignorando-se a importância dos dois milhões de eleitores do PCP, do Bloco de Esquerda e de outras organizações políticas? O sistema foi minuciosamente organizado para que as coisas assim fossem e sejam. Porém, o tempo é outro. E está a ver-se o imbróglio a que a birra de dois cavalheiros tem conduzido o País e feito crescer as nossas angústias.


A Direita e a Extrema-Direita avançam em toda a Europa. A Europa é uma massa inerte que só existe porque a Alemanha assim o permite. Basta atentar na teimosia abstrusa de Ângela Merkel, no pungente problema grego, para nos apercebermos do carácter unilateral e arbitrário de uma política que somente dá garantias e suporte aos mais fortes. O renascimento da xenofobia, do racismo e dos movimentos neonazis não acontece por acaso. A Esquerda abandonou as velhas bandeiras que a qualificavam, e esqueceu as causas que a iluminavam. Só agora, um pouco em Itália e em França, se discute e debate o torção a que a História foi submetida. Os novos problemas que emergiram, com o financiamento do capital, o movimento migratório, a fome como endemia, a exclusão (ideológica, cultural, identitária) a que assistimos, um pouco por todo o lado, assemelham-se aos anos que antecederam a queda da República de Weimar.


Em Portugal, cujo provincianismo atingiu as fronteiras do batatolino, dois dirigentes partidários andam às turras, e os seus discursos levam-nos até ao desgosto da palavra. Neles nada existe de original, de arrojado, de desafiante e de motivador. Neste caso, as palavras não enchem ideias, porque os seus protagonistas não as têm, nem enchem barrigas porque as deles já estão a abarrotar.


Todos os dias o meu e-mail traz-me notícias desacreditantes. É a mentira sem pejo, a falta de carácter e de grandeza, ou as reformas (duas, três e quatro!) de "gestores" que pouco mais fizeram do que se cuidar a eles próprios, através de contratos verticais que lhes garantem largos e felizes anos sem susto nem aflição. E nunca será de mais insistir nesta indignidade, quando um governo, dito socialista, pratica a "blitzkrieg" às vidas dos portugueses mais fragilizados, mais impotentes e mais incapazes de reagir. Quando foi dos salários em atraso e da fome grassante em Setúbal, o bispo D. Manuel Martins foi o tutor de um protesto que chegou à Imprensa estrangeira. É verdade que a Igreja actual tem tomado outras formas de indignação, e as suas organizações desempenham um papel importantíssimo na luta contra a fome e a miséria. É grato, mas não chega. Exactamente porque a Igreja, por si só, não pode resolver a questão, que é, sobretudo, uma questão política.


Como se pode alterar estas situações, tendo presente que o "mercado", a finança, o capitalismo, enfim, tem nas mãos as rédeas de todos os poderes e de todas as decisões?


Creio que o valor moral do ser humano está dependente das circunstâncias. Ortega o disse. Todavia, o ser humano dispõe de força suficiente para alterar as circunstâncias. Historicamente, os ensinamentos são de molde a alimentar as nossas esperanças e a estimular as nossas desafrontas. Não podemos mais admitir as humilhações a que diariamente somos submetidos. Nem aceitar viver nesta mentira constante, nesta falta de escrúpulos e de pudor.


Mais é de mais. De que estamos à espera?


Baptista Bastos in Jornal de Negócios

segunda-feira, outubro 18, 2010

Por amor serás


Despida como uma Maravilha,

Descoberta como um Mundo,

Interpretada como um Mapa,

Cuidada como um Tesouro,

Desejada como um Sonho,

Adorada como uma Musa,

Beijada como uma Deusa,

Acariciada como um Anjo,

Lambida como um Doce,

Folheada como um Livro,

Tocada como um Piano,

Lida como um Poema,

AMADA COMO UMA MULHER.



Toni
Foto retirada da net

sexta-feira, outubro 15, 2010

Diz o avô e diz o bebé

Hoje é daqueles dias em que preferíamos não sair da cama.
Hoje passaremos a ganhar menos e a pagar mais. É como uma hiper-inflação num só dia: desvalorizamos. Hoje há OE. Um OE imposto. Um OE de impostos.

São mais impostos, novas taxas e serviços obrigatórios, menos deduções e benefícios. Para toda a gente, generalizado, pelas formas mais surpreendentes. A necessidade aguçou o engenho do Ministério das Finanças, que confeccionou um Orçamento pudim "Boca Doce: é bom, é bom, é. Diz o avô e diz o bebé". É bom, é...

Literalmente: o avô paga mais IRS na sua pensão e o bebé passa a ser contribuinte obrigatório à nascença. Ao mesmo tempo que cortam o cordão umbilical que o liga à mãe, atam-lhe o cordão fiscal que o ligará ao Estado. E como para ser contribuinte é preciso comprar o Cartão do Cidadão: são 7,5 euros, se faz favor.

Andam a brincar com o bebé. Há uns anos baixaram-lhe o IVA às fraldas, depois subiram; no ano passado prometeram-lhe um cheque de 200 euros que nunca lhe entregaram; este ano obrigam-no a registo fiscal. Não é para ter graça, é um exemplo do nível a que chega este Orçamento na busca de qualquer receita, e uma parábola para o que é a política orçamental portuguesa: a total inconstância fiscal, que desce num ano o que no outro sobe, sem racionalidade nem previsibilidade. Quem investe num País assim? Nem os portugueses.

Não é só essa lista de negra de impostos (IRS, IRC, IVA, IMI...), através de aumentos de taxas e de menos deduções e benefícios. Hoje, muitos medicamentos estão mais caros que ontem, hoje há portagens nas Scut, hoje são anunciados aumentos das tarifas da electricidade... Salve-se o que se puder: os fundos de pensões dos bancários são transferidos à revelia do chumbo do sindicato e as portagens são impostas atropelando os tribunais. Há uma inacreditável caça ao turista (a quem se vai cobrar quase cem euros para andar nas Scut!), pede-se que as empresas de telecomunicações paguem o Cinema em vez do Ministério da Cultura...

Portugal está desesperado. Já é cansativo repetir a revolta contra quem na política mentiu até hoje. É preferível prevenir quem nos vai mentir a partir daqui. Porque depois da mentira de partidos do centro virá a demagogia de partidos das extremas. Quer ver? Com a informação revelada nesta edição, tanto se pode dizer que o novo imposto sobre a banca vai gerar cem milhões de euros e o corte de salários poupar mil milhões, como afirmar que o Governo tira à banca um décimo do que tira aos funcionários públicos... A quem quer incitar a revolta é preciso fazer o aviso: cuidado com o que deseja, pode tornar-se realidade. A estabilidade social vai ser testada em Portugal.

Este Orçamento não impõe a realidade, a realidade é que impôs este Orçamento. Não é coragem, mas desespero, o que nos traz a este vórtice danado. O lirismo do crescimento económico para o próximo ano persiste, aliás, o que é pouco prudente para quem quer persuadir credores. Enquanto isso, o PSD finge que pode não aprovar o Orçamento e o PS entretém-se em golpes palacianos de comunicação para sacudir a água para o capote da oposição. Do seu palácio falido, o primeiro-ministro olha os seus contribuintes. "Ave Socrates, morituri te salutant" - aqueles que vão pagar saúdam-te.



Pedro Santos Guerreiro in Jornal de Negócios

A noite na ilha


Dormi contigo a noite inteira junto ao mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
em baixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procuravas como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o agora - pão,
vinho, amor, e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.



Pablo Neruda
Foto retirada da net

quarta-feira, outubro 13, 2010

A Lenda de El-Rei D. Sebastião


Depois de Alcácer Quibir
El Rei D. Sebastião
Perdeu-se num labirinto
Com seu cavalo real

As bruxas e adivinhos
Nas altas serras beirãs
Juravam que nas manhãs
De cerrado de Nevoeiro
Vinha D. Sebastião

Pastoras e trovadores
Das regiões litorais
Afirmaram terem visto
Perdido entre os pinhais
El Rei D. Sebastião

Ciganos vindos de longe
Falcatos desconhecidos
Tentando iludir o Povo
Afirmaram serem eles
El Rei D. Sebastião
E que voltava de novo

Todos foram desmentidos
Condenados às gales
Pois nas praias dos Algarves
Trazidos pelas marés
Encontraram o cavalo
Farrapos do seu gibão
Pedaços de nevoeiro
A espada e o coração
De El Rei D. Sebastião

Depois de Alcácer Quibir
Virá D. Sebastião
E uma lenda nasceu
Entre a bruma do passado
Chamam-lhe o desejado
Pois que nunca mais voltou
El Rei D. Sebastião



Quarteto 1111
Imagem retirada da net

segunda-feira, outubro 11, 2010

As Farpas

“A classe eclesiástica não significa a realização de uma crença; é ainda uma multidão de desocupados que querem viver à custa do Estado. A vida militar não é uma carreira, como se compreendia outrora, é uma ociosidade organizada por conta do Estado. Os proprietários procuram viver à custa do Estado vindo ser deputados a 2$500 réis por dia. A própria indústria faz-se protecionar pelo Estado e trabalha sobretudo em vista do Estado. A imprensa até certo ponto vive também do Estado. A ciência depende do Estado. O Estado é a esperança das famílias pobres, e das casas arruinadas; é a ocupação natural das mediocridades; é o usufruto da burguesia. Ora como o Estado, pobre, paga tão pobremente que ninguém se pode libertar da sua tutela para ir para a indústria ou para o comércio, esta situação perpetua-se de pais a filhos como uma fatalidade”.


Eça de Queirós, em 1871, in "As Farpas"

sexta-feira, outubro 08, 2010

As Farpas

“…Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito.

Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá… vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal..”



Eça de Queirós, em 1872, in "As Farpas"

quarta-feira, outubro 06, 2010

As Farpas

"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!"


Eça de Queirós, em 1871, no primeiro número d'As Farpas

quarta-feira, setembro 29, 2010


"E o corpo dela de tocaia suspenso entre o céu e a terra, oferecendo-se àquela língua sábia, enquanto o coração, ai dele, se afogava em marés ilimitadas. A sua branca, feminina garganta navegou em todos os cambiantes do murmúrio e do grito, e na hora vermelha, solta de todas as amarras, ouviu-se dizer palavras espantosas, morde-me, inunda-me, mata-me, quero que todos saibam que sou a tua coisa, a tua fêmea, ai."


Rosa Lobato Faria in "Os Pássaros de Seda"
Imagem retirada da net

sexta-feira, setembro 24, 2010

Dou-te


Dou-te a alma
Pura...
A calma
Que perdura...
A consciência
Madura...
Dou-te um arrobo
De paixão...
Um comichão
Rompendo
O coração...
Dilacerando
A razão...
Dou-te a cópula
Indecente...
O gozo
Incandescente...
Um mar de prazer...
Dou-te os beijos
Alucinantes...
As roçadas
Torturantes...
A carne
Delirante...
Dou-te o arrebato
Do encontro
Insensato...
Na rua
No mato...
Dou-te todo
O meu viver...
O meu ser...
Até morrer
De amor por você...



Letícia Marques
Foto retirada da net

quarta-feira, setembro 22, 2010

Tua nudez


A rosa:
Tua nudez feita graça.

A fonte:
Tua nudez feita água.

A estrela:
Tua nudez feita alma.



Manuel Bandeira
Foto retirada da net

segunda-feira, setembro 20, 2010

Porque os outros se mascaram mas tu não


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.



Sophia de Mello Breyner
Imagem retirada da net 

sexta-feira, setembro 17, 2010

Momentos




Numa noite normal com o passado largado da memória, um homem reencontra, no lugar a que chama casa, lembranças de um tempo que viveu.

Fragmentos de pura felicidade e instantes de sublime partilha, surgem como apontamentos de esperança de um presente que não voltará a ser o mesmo.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Perfilados de medo


Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.

Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.

Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.

Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido...



Alexandre O'Neill
Foto retirada da net

segunda-feira, setembro 13, 2010

Portugal há 114 anos. O que mudou?


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.


Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."



Guerra Junqueiro
Escrito em 1896

sexta-feira, setembro 10, 2010

Alcácer que vier


Em Alcácer eram verdes as aves do pensamento
Eram tão leves tão leves como as lanternas do vento
Em Alcácer eram verdes os cavalos encarnados
Eram tão fortes tão negros como os punhos decepados

Em Alcácer eram verdes as armas que eu inventei
Eram tão leves tão leves tão leves que nem eu sei
Em Alcácer eram verdes os homens que não voltaram
Eram tão verdes tão verdes como os campos que deixaram

Em Alcácer eram verdes as maçãs feitas de lume
Eram tão frias tão frias como as dobras do ciúme
Em Alcácer eram verdes estas palavras que agora
são tão caladas tão cernes tão feitas desta demora

Em Alcácer eram verdes as flores da sepultura
Eram tão verdes tão verdes tão verdes como a loucura
Em Alcácer era verde meu amor o teu olhar
Era tão verde tão verde quase à beira de cegar

Em Alcácer eram verdes os lençóis onde morri
Eram tão frios tão verdes como os campos que eu não vi
Em Alcácer eram verdes as feridas do meu país
Eram tão fundas tão verdes como este mal de raiz



Joaquim Pessoa
Imagem retirada da net

quarta-feira, setembro 08, 2010

Não me Peçam Razões...


Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.



José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
Foto de Tom Stoddart

segunda-feira, setembro 06, 2010

Fala do Velho do Restelo ao Astronauta


Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme.



José Saramago
Foto retirada da net

sexta-feira, setembro 03, 2010

Ausência


Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.



Sophia de Mello Breyner Andersen
Foto retirada da net

segunda-feira, agosto 02, 2010

segunda-feira, julho 26, 2010

Vens de noite no sonho

Vens de noite no sonho
sem pés
entre páginas
de gasta paciência
quando a música findou
e teu sorriso se desfez
como um grão de pólen.

Vens no veneno oculto
de meus dias
no silêncio
dos meus ossos
devagar
arrastando em queda
o nosso mundo.

Vens no espectro
da angústia
na escrita
inquieta
destes versos
no luto maternal
que me devolve a ti.

A escuridão desce então
sobre o meu corpo
quando o rosto da morte
adormece na almofada.



Ana Marques Gastão

sexta-feira, julho 23, 2010

É Proibido Pensar


Procuro alguém para resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar nesse esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições

A extravagância vem de todos os lados
E faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Que ouvem suas canções

(…)

E mais um ídolo importado dita as regras
Para nos escravizar

É proibido pensar



João Alexandre
Imagem retirada da net

quarta-feira, julho 21, 2010

A gente vai continuar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo



Jorge Palma

sexta-feira, julho 16, 2010

Mãe


Mãe!
Vem ouvir a minha cabeça contar histórias ricas que ainda não viajei! Traze tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.

Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me ao teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.

Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.

Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!



Almada Negreiros
in Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro

Foto retirada da net

segunda-feira, julho 12, 2010

Soneto


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.



Luis de Camões
Imagem retirada da net

sexta-feira, julho 09, 2010

Os sapos

Era uma vez uma corrida.... de sapos!
O objectivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo. Muita gente para vibrar e torcer por eles.
Começou a competição.
Mas como a multidão não acreditava que os sapos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era:

- Que pena! Esses sapos não vão conseguir... não vão conseguir...

E os sapos começaram a desistir. Mas havia um que persistia e continuava a subida em busca do topo...
A multidão continuava gritando: Que pena! Não vão conseguir!...

E os sapos estavam mesmo desistindo, um por um, menos aquele sapo que continuava, tranquilo, embora cada vez mais ofegante.
Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele...
A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o que tinha acontecido.

E assim, quando foram perguntar ao sapo como ele havia conseguido concluir a prova, aí sim conseguiram descobrir... que ele era surdo!



Autor desconhecido



Resumindo:
Seja "surdo" quando alguém lhe diz que você não pode realizar os seus sonhos...

segunda-feira, julho 05, 2010

Drive all night



When I lost you honey sometimes I think I lost my guts too
And I wish God would send me a word
send me something I'm afraid to lose
Lying in the heat of the night like prisoners all our lives
I get shivers down my spine and all I wanna do is hold you tight

I swear I'll drive all night just to buy you some shoes
And to taste your tender charms
And I just wanna sleep tonight again in your arms

Tonight there's fallen angels and they're waiting for us down in the street
Tonight there's calling strangers,
hear them crying in defeat.
Let them go, let them go, let them go,
do their dances of the dead (let'em go right ahead
You just dry your eyes girl, and c'mon c'mon
c'mon let's go to bed, baby, baby, baby

I swear I'll drive all night just to buy you some shoes
And to taste your tender charms
And I just wanna sleep tonight again in your arms

There's machines and there's fire waiting on the edge of town
They're out there for hire but baby they can't hurt us now
Cause you've got, you've got, you've got,
you've got my love, you've got my love
Through the wind, through the rain, the snow, the wind, the rain
You've got, you've got my, my love
heart and soul



Bruce Springsteen - The River

sexta-feira, junho 25, 2010

Fizeram os dias assim

Por mais que larguem os braços
Por mais que soltem amarras
E que se tapem as covas

Por mais que rasguem os quadros
Por mais que queimem as leis
E que os costumes esmoreçam

Por mais que arrasem as feras
E que os papões arrefeçam
E que as bruxas se convertam

Por mais que riam as caras
E que ternura se esqueça
Por mais que o amor prevaleça
Vocês
Fizeram os dias assim!

Não nos venham pedir contas
Não venham pôr-nos regras
Sabemos que os nossos dias
Não vão ser gastos assim!



Trovante - Sepes

quarta-feira, junho 23, 2010

Sometimes


When I look deep in your eyes I swear I can see your soul


James
Imagem retirada da net