Na madrugada de 25 de Abril de 1974, na parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, o capitão Salgueiro Maia falou assim aos soldados:
"Há diversas modalidades de Estado: Os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário, sai e forma. Quem não quiser vir, não é obrigado e fica aqui."
Quando há um século e meio atrás o rei D. Carlos afirmou "isto é um país de bananas governado por sacanas", tinha certamente razão na sua análise. O que ele não previu, é que sua análise mais de um século depois, continuaria manifestamente actual...
Por um lado, o poder a procurar manter-se a todo o custo, onde "os sacanas" se governam, enquanto o resto dos portugueses que os legitimam através de eleições, "os bananas", se mostram incapazes de agir contra este estado de coisas, acabando com as mordomias destes verdadeiros “lordes”.
Por volta de 1910, Fialho de Almeida resumia assim o que ia na alma das classes cultas portuguesas acerca do resto da população: "A turba acéfala, alternadamente feroz e sentimental (tarada em todo o caso), que em Portugal faz as vezes de povo, é uma força de inércia sem a menor consciência de si própria, e que no estado de bestialidade africana em que jaz, tão cedo não pode ter papel na marcha do país".
No final do estudo Necessidades em Portugal - Tradição e tendências emergentes, os investigadores viram-se perante um país socialmente muito frágil, pouco capaz de se mobilizar individual e socialmente. Mas, apesar disso, com altos níveis de satisfação e felicidade.
Teresa Costa Pinto, socióloga do Centro de Estudos Territoriais, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), diz que a investigação trouxe novidades: "Algumas dimensões da privação alargam-se a outros grupos que não estariam nos 20 por cento de pobres".
Cerca de um terço da população vive "um contexto de precariedade" e está preocupado "com a sua sobrevivência", indicam os resultados. A impossibilidade de pagar uma semana de férias fora, manter a casa aquecida (32,6 por cento não o conseguem) ou não usufruir da baixa médica total por razões económicas, ultrapassam em muito os 20 por cento de pobres.
O índice resultante do inquérito diz que 35 por cento dos portugueses têm uma privação alta ou média. Mais de metade (57 por cento) tem um orçamento familiar abaixo dos 900 euros.
Os mais jovens começam a enfrentar situações de vulnerabilidade; e as qualificações superiores também já não garantem emprego seguro.
Estas condições deficientes ou más coincidem com o nível de satisfação com a vida: em Portugal, ele é dos mais baixos, comparado com outros países da União Europeia. Mas o grau de satisfação (6,6 numa escala de 1 a 10) está claramente acima do ponto médio da escala, tal como o da felicidade (que chega aos 7,3 em 10).
São os mais novos e os mais qualificados que reagem de outra maneira. "Já incorporaram a ideia de que a formação é para toda a vida", diz Teresa Costa Pinto. O que pode indiciar que por aqui se pode quebrar o círculo vicioso da falta de qualificação, emprego mal remunerado, situação de maior vulnerabilidade social, pobreza.
Somos uma sociedade pouco motivada para mudanças pessoais e colectivas, factor aduzido pelos elevados níveis de desconfiança em relação aos outros e às instituições governamentais, nomeadamente, que merecem pouca ou nenhuma confiança em 70 por cento dos casos. "As sociedades com baixo grau de confiança nos outros são as que se desmembram mais depressa", observa Isabel Guerra, também coordenadora científica do estudo.
Em síntese, os investigadores destacam dois tipos de necessidades: As que se relacionam com o funcionamento do mercado de trabalho e das políticas sociais; e as que traduzem a incapacidade de criar o sentimento de "pertença a uma comunidade de cidadãos colectivamente responsáveis". Uma sociedade que precisa de reforçar "as dimensões mais racionais, colectivas e organizacionais" que configuram as sociedades ocidentais modernas. "É praticamente inexistente o potencial para mudar", observa Isabel Guerra.
In "Público"
Porquê?
Remanescências da ditadura, ou estrondosa incompetência da democracia?
É isto que se espera? Juntar-se ao rebanho, votar numa qualquer Rosa ou Laranja como bons carneirinhos? Vamos lá então, durante esta semana, recordar alguns factos sobre este verdadeiro "paraíso" ou "oásis" que é Portugal.
Primeiro facto: PS e PSD alternam na governação há 33 anos... Como tal, nenhum deles tem qualquer responsabilidade na situação actual. Nada mais óbvio!!
Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão, viu Você que inventou esse estado E inventou de inventar Toda a escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar O perdão
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Eu pergunto a você Onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando E a gente se amando Sem parar
Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros, juro Todo esse amor reprimido Esse grito contido Este samba no escuro Você que inventou a tristeza Ora, tenha a fineza De desinventar Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada Nesse meu penar
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Inda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir Que esse dia há de vir Antes do que você pensa
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia Como vai se explicar Vendo o céu clarear De repente, impunemente Como vai abafar Nosso coro a cantar Na sua frente
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Você vai se dar mal Etc. e tal
O que será que será Que andam suspirando pelas alcovas Que andam sussurrando em versos e trovas Que andam combinando no breu das tocas Que anda nas cabeças, anda nas bocas Que andam acendendo velas nos becos Estão falando alto pelos botecos E gritam nos mercados que com certeza Está na natureza Será que será O que não tem certeza nem nunca terá O que não tem conserto nem nunca terá O que não tem tamanho
O que será que será Que vive nas idéias desses amantes Que cantam os poetas mais delirantes Que juram os profetas embriagados Que está na romaria dos mutilados Que está na fantasia dos infelizes Está no dia-a-dia das meretrizes No plano dos bandidos dos desvalidos Em todos os sentidos, será que será O que não tem decência nem nunca terá O que não tem censura nem nunca terá O que não faz sentido
O que será que será Que todos os avisos não vão evitar Porque todos os risos vão desafiar Porque todos os sinos irão repicar Porque todos os hinos irão consagrar E todos os meninos vão desembestar E todos os destinos irão se encontrar E mesmo o padre eterno que nunca foi lá Olhando aquele inferno vai abençoar O que não tem governo nem nunca terá O que não tem vergonha nem nunca terá O que não tem juízo
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português, Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal.
Fim de tarde. O poente assiste a momentos de ternura. Estou rendido aos teus encantos... subjugado à tua magia. As bocas beijam-se, as mãos exploram, acendem o desejo... Os corpos quentes, molhados, entregam-se aos devaneios da paixão. Vamos perder-nos na espuma, em carícias e gemidos de amor.
Jacob, um negociador de "sangue frio", diz ao seu filho: - Filho, já escolhi com quem vais casar. - Mas pai, eu quero escolher minha própria noiva! - Quero que cases com a filha do Bill Gates. - Bom, nesse caso...
Jacob então telefona para Bill Gates, dizendo: - Bill, Tenho aqui um jovem que quer casar com a sua filha. - O quê?! Isso é um absurdo! A minha filha é muito jovem para casar! - O rapaz é vice-presidente do World Bank. - Bom, nesse caso...
Jacob telefona então para o presidente do World Bank: - James, tenho um jovem que é um excelente candidato para vice-presidente do World Bank. - Vice-presidente?! Mas eu já tenho tantos vice-presidentes! - Ele é genro do Bill Gates. - Bom, nesse caso...
Passam hoje 70 anos sobre a declaração de guerra da França e da Inglaterra à Alemanha nazi, desencadeando a II Guerra Mundial, que se prolongou até 1945 tendo provocado entre 45 e 60 milhões de vítimas.
Com amor, acaricio-te com o meu olhar. Estou rendido, sou totalmente teu, é impossível não sussurar "amo-te" ao teu ouvido. Dispo-te devagar, enquanto dentro das nossas bocas coladas, entrelaçamos as línguas.
Com amor, tomo-te nos braços, descobrindo a tua pele macia. O teu perfume entontece-me de paixão. A minha boca percorre a tua nudez, sentindo cada curva do teu corpo, deslizando por cada suspiro.
O teu sabor de mulher prende-me, teima em ser apreciado pela insistência dos teus gemidos. É bom assistir aos teus delírios, enquanto a minha língua, sem pressa, vai e vem até receber toda a tua loucura plena do teu prazer.