sábado, junho 28, 2008
Balada da Fiandeira
Quando ela deixa o turno fabril
Apanha o autocarro e regressa
Espalha em casa o odor textil
E a roda viva recomeça
Ao pôr do sol faz uma pausa
E pensativa vai à janela
Como se dali fosse ver tudo
O que é mistério á volta dela
Depois liga o rádio p'rá onda média
Ansiosamente remexe o botão
Em busca daquela força
Que às vezes vem numa canção
E se passarem a Janis Joplin
Fica acessa num repente
Põe-se a dançar em frente ao espelho
E sobe a saia acima do joelho
E vai cantando no quarto-de-banho
Aproveitando a ressonância
A vizinhança acha estranho
E até comenta a extravagância
Mas ela é assim está-se nas tintas
Tem ganas de se ir embora
Mandar o seu mundo ao ar
Subir ao palco e ser cantora
Carlos Tê / Rui Veloso
Imagem retirada da net
sexta-feira, junho 27, 2008
Desejo
Sinto os teus lábios nos meus, a tua língua a procurar a minha... E entrego-me totalmente ao amor.
Sinto a tua boca devorar-me, engolir-me...
Sinto o corpo a doer de desejo. Exige possuir-te.
E o meu sexo, ávido do teu, desliza pela tua maciez ardente.
Mergulho em ti, enlouquecido de prazer. Faço-te minha e faço-me teu.
Na tua boca, misturamos as nossas linguas. Entre as tuas pernas, fundimos os nossos corpos.
Ao teu ouvido gemo de paixão, de delírio, de extase. Entre as tuas pernas, a explosão que te inunda de amor e grita o teu nome.
Toni
Foto retirada da net
quinta-feira, junho 26, 2008
Saudade
Tenho saudades tuas. Faltas-me...
Penso-te todos os dias. Desejo-te...
Quero o teu beijo, transbordante de paixão e amor, com que me incendeias...
Tenho saudades de te sentir.
Tenho saudades de seres minha... Muitas...
Toni
Imagem retirada da net
segunda-feira, junho 23, 2008
Meu corpo sua morada
Meu corpo é feito de tesão e dança...
Meu corpo é feito de sintonia e calma...
Meu corpo é feito de calor e vontade...
Sou saudade.
Quero você!
Meu corpo é feito de eletricidade...
Meu corpo é feito de disponibilidade...
Meu corpo é feito de claros e escuros...
Sou necessidade.
Quero você!
Meu corpo é feito de espera...
Meu corpo é feito de entrega...
Meu corpo é feito de cio...
Sou carência.
Quero você!
Meu corpo é feito de encaixe...
Meu corpo é feito de fendas...
Meu corpo é feito de sulcos...
Sou cadência.
Quero você!
Meu corpo é feito labirinto...
Mais me anda, mais se perde...
Mais se perde, mais me sabe...
Mais me sabe, mais me encontra...
Mais me encontra, mais penetra...
Sou porta aberta.
Quero você!
Meu corpo é feito de caminhos e descaminhos...
Meu corpo é feito de segredos e descobertas...
Meu corpo é feito de curvas e ondas...
Me percorre.
Quero você!
Meu corpo é prisioneiro...
Meu corpo é viciado...
Meu corpo agrilhoado...
Vive à espera de você!
Meu corpo grita seu nome...
Meu corpo grita meu dono...
Meu corpo grita meu homem...
Vem me faz emudecer!
Meu corpo é sua morada...
Vem pra casa...
Vem viver!
Magda Maria Almodóvar
Foto retirada da net
Saiu para a rua
Saiu decidida para a rua
Com a carteira castanha
E o saia-casaco escuro
Tantos anos tantas noites
Sem sequer uma loucura
Ele saiu sem dizer nada
Talvez fosse ao teatro chino
Vai regressar de madrugada
E acordá-la cheio de vinho
Tantos anos tantas noites
Sem nunca sentir a paixão
Foram já as bodas de prata
Comemoradas em solidão
Pôs um pouco de baton
E um leve toque de pintura
Tirou do cabelo o travessão
E devolveu ao rosto a candura
Saiu para a rua insegura
Vageou sem direcção
Sorriu a um homem com tremura
E sentiu escorrer do coração
A humidade quente da loucura
Carlos Tê / Rui Veloso
Imagem retirada da net
sábado, junho 21, 2008
Chegou o Verão
Mais uma data assinalada, com um logotipo especial, pelo Google:
Para mais informações sobre o solistício, ver aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solist%C3%ADcio
Para mais informações sobre o solistício, ver aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solist%C3%ADcio
segunda-feira, junho 09, 2008
sexta-feira, junho 06, 2008
Aguardas-me...
E este imenso desejo, é selado com beijos sob uma chuva de paixão.
Sou percorrido, lambido, sugado pela tua boca quente.
Prendes-me entre as tuas pernas, fazes-me entrar em ti e levas-me às nuvens, à loucura, ao prazer imenso.
Sentes a invasão quente do meu esperma, ouves-me gritar o teu nome e gemer intensamente de profundo prazer só por ti.
Toni
Foto retirada da net
A morte saiu à rua
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
José Afonso
Imagem retirada da net
Diego Velázquez
Diego Rodríguez de Silva y Velázquez, nascido a 6 de Junho de 1599 em Sevilha, foi pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha.
A comemomaração do seu nascimento é assinalada pelo Google desta forma:
Mais informação aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez
A comemomaração do seu nascimento é assinalada pelo Google desta forma:
Mais informação aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez
segunda-feira, junho 02, 2008
A gente não lê
Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a Deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezítia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem
Carlos Tê / Rui Veloso
Imagem retirada da net
Por quem não esqueci
Há uma voz de sempre,
que chama por mim.
Para que eu lembre,
que a noite tem fim.
Ainda procuro,
por quem não esqueci.
Em nome de um sonho,
em nome de ti.
Procuro à noite,
um sinal de ti.
Espero à noite,
por quem não esqueci.
Eu peço à noite,
um sinal de ti.
Quem eu não esqueci...
Por sinais perdidos,
espero em vão.
Por tempos antigos,
por uma canção.
Ainda procuro,
por quem não esqueci.
Por quem já não volta,
por quem eu perdi.
Sétima Legião
Foto retirada da net
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