Quero despir-te...
Quero sentir-te...
Quero provar-te...
Quero-te...
Toni
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sexta-feira, maio 30, 2008
quinta-feira, maio 29, 2008
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, proptesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
Foto retirada da net
quarta-feira, maio 28, 2008
terça-feira, maio 27, 2008
Vem até mim
Espero-te ansioso.
Seduz-me, atira-me para a cama, beija-me com vontade.
Provoca-me com os teus lábios, com a tua língua.
Desliza pelo meu corpo, encaixa-te entre as minhas pernas. Enlouquece-me de paixão, sente e prova o meu desejo, aumenta os meus gemidos, recebe o meu prazer... quente. É todo para ti.
Amor, vem depressa... faz-me teu.
Toni
Foto retirada da net
segunda-feira, maio 26, 2008
Deixa-me sonhar contigo
Imagina a minha língua no meio das tuas pernas a explorar, a descobrir, com desejo, com amor.
Faço-te gemer, sinto-te estremecer. Lambuzo-me no teu mel, num beijo de paixão, cheio de tesão, quando o teu sabor me invade e inunda a boca...
Toni
Foto retirada da net
sábado, maio 24, 2008
João e Maria
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões,
os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
e ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
a gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião,
o seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
acho que a gente nem era nascido
Agora era fatal
que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Chico Buarque / Sivuca
Foto retirada da net
quarta-feira, maio 21, 2008
Loucura
Perdido de paixão, louco de desejo e de tesão, sonho com profundo e intenso prazer, que me apertas entre as tuas coxas para me teres a gemer só para ti.
Toni
Foto retirada da net
terça-feira, maio 20, 2008
Desejos meus
Era tão bom se eu fosse ao teu encontro num lugar qualquer.
Um primeiro olhar, um primeiro beijo, notares a evidência do meu desejo. Poderes ver nos meus olhos, como é bom o tesão que me fazes sentir.
Era tão bom poder satisfazer o pedido suplicante dos nossos corpos, por uma cama qualquer, num quarto qualquer, onde já entraríamos meio despidos.
Era tão bom poder lamber-te, fazer-te gemer de prazer delirante, como se eu fosse um perito na arte de te lamber.
E depois, desfrutar do teu corpo, gemer entre as tuas pernas, enlouquecer dentro de ti...
Toni
Foto retirada da net
segunda-feira, maio 19, 2008
Romaria
É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamento
Sobre meu cavalo
É de laço e de nó
De jibeira ou jiló
Dessa vida
Cumprida à sol
Sou caipira pirapora nossa
Senhora de aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras
Descasei, e joguei
Investi, desisti
Se há sorte, eu não sei, nunca vi
Sou caipira Pirapora nossa
Senhora de aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Me disseram porém
Que eu viesse aqui
Pra pedir em
Romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar
Sou caipira Pirapora nossa
Senhora de aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Renato Teixeira / Elis Regina
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sábado, maio 17, 2008
Vem Amor
Agarra-me, aperta-me nos teus braços. Beija-me, despe-me, ama-me.
Sem pensar, sem planear, sem questionar. Sensações apenas.
Quero ouvir a tua voz ao ouvido e sentir a tua pele na minha pele.
Envolve-me, seduz-me, enlouquece-me com o calor da tua língua.
Leva-me à rendição incondicional ao teu amor.
Depois, toma posse de mim, vira-me do avesso e come-me com paixão, devora-me com loucura...
Toni
Foto retirada da net
sexta-feira, maio 16, 2008
Não consigo deixar de sentir
Paixão... vibrante.
Desejo... pulsante.
Amor... ardente.
Vontade de ti... urgente.
Toni
Foto retirada da net
quinta-feira, maio 15, 2008
Espero-te assim
Pois desejar-te, é um ritual diário.
É assim que quero ser teu. Limpo e nu.
E quando sentir a tua boca, descobrindo cada centímetro do meu membro latejante, rendo-me, entrego-me, revelo-te o meu gosto.
Fica aqui, invade os meus sentidos.
Quero dar-te as minhas noites de amor. Sorver-te deliciosamente. Saciar a minha língua nas tuas entranhas, ensopando-a no mel que se derrama e me lambuza.
Depois, deslizar para dentro de ti, até ao fim. Afundar-me na tua humidade macia e possuir-te com tesão, com paixão, com um prazer sublime... diante do teu olhar, diante da tua boca.
Vê-me gemer, delirar, enlouquecer, gritar o teu nome no orgasmo vibrante com que te inundo.
Ahhhh! Que saudades do teu amor...
Toni
Foto retirada da net
quarta-feira, maio 14, 2008
Cenas de Sexo Virtual I
Mastrambulante: Olá, Fofinha23. Descreves-te?
Fofinha23: Tenho uma blusa vermelha vestida, uma mini-saia muito curtinha e tenho saltos altos calçados. Vou ao ginásio todos os dias, estou bronzeada, tonificada e perfeita. E tu, como és?
Mastrambulante: Tenho 1,70 m e peso 103 kg. Uso óculos e tenho vestidas umas calças de fato-de-treino azuis que comprei nos saldos do Continente este fim-de-semana. Também tenho vestida uma Thermotebe antiga, um bocadito manchada de ketchup dos hambúrgueres do jantar... tem um cheiro esquisito.
Fofinha23: Hmmmm... eu quero-te! Queres mandar uma?
Mastrambulante: Pode ser.
Fofinha23: Estamos no meu quarto. Ouve-se uma música suave a tocar de fundo, e o quarto está iluminado por velas espalhadas pela minha mesa-de-cabeceira e armário. Sentada na cama, olho para ti, sorrindo. A minha mão direita desliza até à tua braguilha, e começa a acariciar o teu enorme e imponente inchaço.
Mastrambulante: Engulo em seco, já estou a suar.
Fofinha23: Vou-te tirando a camisola enquanto te beijo o peito.
Mastrambulante: Eu desaperto-te a blusa. As minhas mãos estão a tremer...
Fofinha23: Gemo suavemente...
Mastrambulante: Faço a blusa deslizar do teu corpo devagar.
Fofinha23: Atiro a cabeça para trás de tanto prazer. A seda da minha blusa desliza suavemente através da minha pele quente. Esfrego o teu inchaço mais rapidamente, puxo-o e massajo-o.
Mastrambulante: Um espasmo nervoso faz com que dê um puxão mais forte à tua blusa e rasgo-a um bocadinho. Desculpa...
Fofinha23: Não faz mal, não era tão cara quanto isso.
Mastrambulante: Eu pago-ta.
Fofinha23: Não te preocupes com isso. Por debaixo, estou a usar um soutien de renda preta. Os meus seios sobem e descem à medida que a minha respiração se vai tornando mais pesada.
Mastrambulante: Tento desapertar-te o soutien, mas não consigo abrir o fecho. Acho que está preso. Tens aí uma tesoura?
Fofinha23: Eu pego na tua mão e beijo-a suavemente. Com a outra mão desaperto o soutien e este desliza pelos meus seios redondos. O ar morno do quarto aquecido pelas velas acaricia-me os seios. Os meus mamilos estão rijos por tua causa.
Mastrambulante: Como é que fizeste isso??? Eu pego no soutien e inspecciono o fecho.
Fofinha23: Arqueio as costas... Oh, amor! Só quero sentir a tua língua percorrer o meu corpo todo!
Mastrambulante: Atiro o soutien para o chão. Começo a lamber-te as, err... mamas. São boas!
Fofinha23: Passo os meus dedos pelo teu cabelo. Começo a morder-te a orelha.
Mastrambulante: Inesperadamente espirro. As tuas mamas ficam cobertas de cuspo e ranho.
Fofinha23: O quê???
Mastrambulante: Desculpa, a sério.
Fofinha23: Limpo o muco dos meus seios com o que resta da minha blusa.
Mastrambulante: Pego a blusa ensopada da tua mão, deixo-a cair no chão com um sonoro "plop".
Fofinha23: Ok, eu tiro-te as calças de fato-de-treino e massajo-te a ferramenta do amor.
Mastrambulante: Eu grito que nem uma miúda. As tuas mãos estão frias! Hehehehehehehehehehe!
Fofinha23: Subo a minha mini-saia. Tira-me as cuecas.
Mastrambulante: Tiro-te as cuequinhas. A minha língua percorre-te toda, dentro e fora... hmm... espera um minuto...
Fofinha23: O que é que se passa?
Mastrambulante: Um pintelho! Tenho um pintelho na garganta... Estou engasgado!
Fofinha23: Estás bem?
Mastrambulante: Estou a ter um ataque de tosse. Fiquei todo vermelho.
Fofinha23: Posso ajudar?
Mastrambulante: Vou a correr para a cozinha, engasgado. Estou a abrir os armários todos, à procura dum copo. Onde é que estão os copos?
Fofinha23: No armário à direita do lavatório.
Mastrambulante: Estou a beber um copo de água... Ah, assim está melhor!
Fofinha23: Volta para aqui, campeão!
Mastrambulante: Estou a lavar o copo.
Fofinha23: Arqueio o corpo na cama, à tua espera.
Mastrambulante: Estou a secar o copo. Agora pu-lo de volta no armário. Vou a caminho do quarto... espera lá, está tudo escuro! Onde é que é o quarto?
Fofinha23: Última porta à direita.
Mastrambulante: Encontrei!
Fofinha23: Arranco-te os slips. Estou a gemer, quero-te tanto!
Mastrambulante: Eu também.
Fofinha23: Estás sem slips. Beijo-te apaixonadamente. Os nossos corpos nús, apertados um contra o outro.
Mastrambulante: A tua cara está a empurrar-me os óculos contra a minha. Dói.
Fofinha23: Porque é que não tiras os óculos?
Mastrambulante: Tudo bem. É só que não vejo lá muito bem sem eles. Meto os óculos em cima da mesa-de-cabeceira.
Fofinha23: Dobro-me na cama, de quatro. Dá-me com força, querido!
Mastrambulante: Tenho que fazer uma m'jinha. Apalpo o caminho cegamente através do quarto até à casa-de-banho.
Fofinha23: Despacha-te, campeão.
Mastrambulante: Acho a casa-de-banho e está escuro. Faço o braille à procura da sanita. Levanto a tampa.
Fofinha23: Espero ansiosamente a tua volta.
Mastrambulante: Já está. Apalpo à procura do botão do autoclismo, mas não o acho... Oooopssss!
Fofinha23: O que foi agora?
Mastrambulante: Reparei que fiz xixi para dentro do teu cesto da roupa suja... Desculpa, outra vez. Volto para o quarto, cegamente e apalpando o caminho.
Fofinha23: Hmmm... siiiiiimmm... volta!...
Mastrambulante: Ok, vou pôr o meu... tu sabes, o meu... coiso... na tua...... tu sabes.... coisa de mulher.
Fofinha23: Sim! Faz isso, querido! Faz isso!
Mastrambulante: Estou a apalpar-te o rabo. Sabe tão bem! Beijo-te o pescoço e... estou com um probleminha qualquer aqui.
Fofinha23: Eu mexo o meu rabo para trás e para a frente. Não consigo aguentar mais um segundo! Entra, penetra-me agora!
Mastrambulante: Está flácido.
Fofinha23: O quê?
Mastrambulante: Estou "coxo". Não consigo manter uma erecção.
Fofinha23: Levanto-me e viro-me de costas; tenho uma expressão de incredulidade estampada na cara.
Mastrambulante: Encolho os ombros com uma expressão de tristeza, a minha minhoquinha toda enrugadita. Vou buscar os óculos para ver o que se passa.
Fofinha23: Não, não te dês ao trabalho! Vou-me vestir. Visto a minha roupa interior de volta. Agora estou a vestir a minha blusa de seda toda babada.
Mastrambulante: Espera, espera! Estou de joelhos à procura da mesa-de-cabeceira. Atiro latas de laca do teu vestíbulo para o chão, a seguir algumas molduras e... as velas!
Fofinha23: Desço a saia, e calço os sapatos.
Mastrambulante: Encontrei os óculos. Volto a pô-los. Ó MEU DEUS! Uma das velas caiu por debaixo do cortinado. O cortinado está a arder! Eu estou a apontar para ele, com um esgar de choque!
Fofinha23: Vai à merda. Vou sair, palhaço!
Mastrambulante: A alcatifa pegou fogo! Nãooooooo!...
Texto e foto retirados da net
terça-feira, maio 13, 2008
Esperas-me nua
Agora, não tens nada vestido. Esperas-me nua.
Decidiste que me deixas escrever no teu corpo, a mais bela história de amor.
Então, deixaste as minhas palavras procurarem a tua boca, deslizar pelas tuas mamas, pelo teu rosto...
Quiseste senti-las a molharem-te, a entrarem em ti.
E a história que vou escrevendo já nos enlouquece, com frases que te beijam, que te lambem, que te penetram, alisam e sugam o teu sexo cheio de tesão.
Acabo por te invadir, com exclamações que deslizam por entre as tuas pernas e te possuem cheias de amor.
Não me controlo mais, não quero e nem consigo. Então, todo o meu texto, mergulhado dentro de ti, explode em expressões sem sentido, ao ser devorado por ti com tanta paixão.
Toni
Foto retirada da net
segunda-feira, maio 12, 2008
Yolanda
Esto no puede ser no mas que una cancion
Quisiera fuera una declaracion de amor
Romantica sin reparar en formas tales
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada
Por eso a veces se que necesito
Tu mano
Tu mano
Eternamente tu mano
Cuando te vi sabia que era cierto
Este temor de hallarme descubierto
Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores
De amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Pablo Milanes
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sexta-feira, maio 09, 2008
Desejo-te Amor...
A minha língua insinua-se dentro da tua boca, enquanto te apalpo cheio de tesão...
Quero-te na cama!
As nossas roupas voam pelo quarto, os beijos continuam e as mãos tratam de nos dar prazer.
Sentes-me duro, enquanto a tua mão no meio das minhas pernas me acaricia, aperta, esfrega...
Sinto-te excitada com os meus dedos dentro de ti... Sinto-te o grelinho teso.
Estamos loucos de desejo. Sem aguentar mais, entro em ti.
Ai... é tão bom deslizar na tua maciez! Huummm... és tão boa!
As tuas longas pernas estão todas abertas, para deixares que me enterre todo dentro de ti, bem fundo.
Gemo tanto que não restam dúvidas do quanto estás a enlouquecer-me.
Sinto o orgasmo a chegar, quero gritar.
Quando fazemos Amor, é bom demais...
Toni
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Foi há 40 anos...
"Soyez réalistes, demandez l'impossible."
(...)
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
(...)
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Antonio Gedeão - Movimento Perpétuo
Imagem retirada da net
quarta-feira, maio 07, 2008
Cantiga de Amor
Preferias que cantasse noutro tom
Que te pintasse o mundo de outra cor
Que te pusesse aos pés um mundo bom
E que te jurasse amor, o eterno amor
E querias que roubasse ao Sete-Estrelo
A luz que te iluminasse o olhar
Embalar-te nas ondas com desvelo
Levar-te até à lua para dançar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Podia, se quisesses, explicar-te
Sem pressa, tranquila, devagar
E pondo, claro está, modéstia à parte
Uma ou duas coisas se calhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Rádio Macau - 8
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terça-feira, maio 06, 2008
Crónica
Somos felizes. Acabámos de pagar a casa em Outubro, fechámos a marquise, substituímos a alcatifa por tacos, nenhum de nós foi despedido, as prestações do Opel estão no fim. Somos felizes: preferimos a mesma novela, nunca discutimos por causa do comando, quando compras a TV Guia sublinhas a encarnado os programas que me interessam, lembras-te sempre da hora daquela série policial que eu gosto tanto com o preto cheio de anéis a dar cabo dos italianos da Máfia.
Somos felizes. Aos domingos vamos ao Feijó, visitar a tua mãe, ficas a conversar com ela na cozinha e eu passeio com o indiano, filho de uma senhora que mora lá no pátio, assistimos ao basquete dos sobrinhos dele no pavilhão polivalente, comemos uma salada de polvo no café durante os resumos do futebol e voltamos para Almada à noite, com o jantar que a tua mãe nos deu numa marmita embrulhada no Record, a tempo de assistir às perguntas sobre factos e personalidades do concurso em que a apresentadora se parece com a tua prima Beatriz, a que montou um pronto-a-vestir no centro comercial do Prior Velho.
Somos felizes. A prova de que somos felizes é que comprámos o cão no mês passado e foi por causa do cão que tirámos a alcatifa que as unhas do animalzinho rasparam de tal forma que já se notava o cimento do construtor por baixo. Andámos a ensiná-lo a não estragar as cortinas, pusemos-lhe uma coleira contra as pulgas depois de uma semana inteira a coçarmo-nos sem entender porquê, passados dois dias o Fernando começou a coçar-se também e a acusar-me de cheirar a cachorro e levar pulgas para a repartição, o chefe avisou-me do fundo:
─ Veja-me lá isso Antunes
De modo que pus também uma coleira contra as pulgas debaixo da camisa, o Dionísio, espantado
─ deste em cónego ou quê?
E eu, envergonhado, a abotoar o colarinho
─ é uma coisa chinesa para o reumatismo a Jóia Magnética Vitafor é uma porcaria ao pé disto
e como nas Finanças se respeitam o reumatismo e as coisas chinesas, nunca mais me maçaram.
Às segundas, quartas e sextas sou eu que vou lá abaixo levar o cão a fazer chichi contra a palmeira, às terças, quintas e sábados é a tua vez e o que não vai lá abaixo fica à janela, a olhar o bichinho a cheirar os pneus dos automóveis com o ar sério de quem resolve problemas de palavras cruzadas que os cães têm sempre que farejam postes e Unos.
Somos felizes. Por isso não me preocupei no sábado com o animal muito entretido na praçeta e tu atrás dele, de trela enrolada na mão, sem olhares para cima nem dizeres adeus, a andar devagarinho até desapareceres na travessa para a estação dos barcos. Foi anteontem. Às onze horas tirei o cozido do forno e comi sozinho. Ontem também. Hoje também. Não levaste roupa nem pinturas nem a fotografia do teu pai nem nada.
Ainda há bocadinho acabei de gravar o episódio da novela para ti. A tua mãe telefonou a saber porque é que não fomos ao Feijó e eu disse-lhe que daqui a nada lhe ligavas. Porque tenho a certeza de que não foste embora visto sermos felizes. Tão felizes que um dia destes vou comprar um micro ondas para, se chegares a casa, teres a comida quente à tua espera.
António Lobo Antunes - Livro de Crónicas
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segunda-feira, maio 05, 2008
Fado
À volta do adro, duas ou três casas
Os bancos vermelhos e ao meio uma cruz
Ali no café, ao lado da igreja
Dois homens parados e uma linda luz
Com a voz que me resta eu não vou poder cantar
Às coisas do mundo, que só se podem ver ao longe
São portas fechadas segredos por revelar
São coisas do mundo, que não sei descrever estou longe
Se estou convencido, que isto é mesmo assim
E nunca se conta bem o que se vê
E levo comigo já sei aprender...
O que os olhos vêem e eu já não sei
Herois do Mar
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quinta-feira, maio 01, 2008
Quero-te assim
NUA...
Para tatuar o teu corpo com beijos.
Para saciar a minha fome de ti.
Para te fazer minha.
Toni
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