Fiz-me ao mar com lua cheia A esse mar de ruas e cafés Com vagas de olhos a rolar Que nem me viam no convés Tão cegas no seu vogar E assim fui na monção Perdido na imensidão Deparei com uma ilha Uma pequena maravilha Meio submersa Resistindo à toada Deu-me dois dedos de conversa Já cheia de andar calada
Tinha um olhar acanhado E uma blusa azul-grená Com o botão desapertado E por dentro tão ousado Um peito sem soutien
Ancoramos num rochedo Sacudimos o sal e o medo Falámos de música e cinema Lia Fernando Pessoa E às vezes também fazia um poema
E no cabelo vi-lhe conchas E na boca uma pérola a brilhar Despiu o olhar de defesa Pôs-me o mapa sobre a mesa
Deu-me conta dessas ilhas Arquipélagos ao luar Com os areais estendidos Contra a cegueira do mar Esperando veleiros perdidos
Neste momento há um casamento Porque hoje é sábado Hoje há um divórcio e um violamento Porque hoje é sábado Há um rico que se mata Porque hoje é sábado Há um incesto e uma regata Porque hoje é sábado Há um espetáculo de gala Porque hoje é sábado Há uma mulher que apanha e cala Porque hoje é sábado Há um renovar-se de esperanças Porque hoje é sábado Há uma profunda discordância Porque hoje é sábado Há um sedutor que tomba morto Porque hoje é sábado Há um grande espírito-de-porco Porque hoje é sábado Há uma mulher que vira homem Porque hoje é sábado Há criançinhas que não comem Porque hoje é sábado Há um piquenique de políticos Porque hoje é sábado Há um grande acréscimo de sífilis Porque hoje é sábado Há um ariano e uma mulata Porque hoje é sábado Há uma tensão inusitada Porque hoje é sábado Há adolescências seminuas Porque hoje é sábado Há um vampiro pelas ruas Porque hoje é sábado Há um grande aumento no consumo Porque hoje é sábado Há um noivo louco de ciúmes Porque hoje é sábado Há um garden-party na cadeia Porque hoje é sábado Há uma impassível lua cheia Porque hoje é sábado Há damas de todas as classes Porque hoje é sábado Umas difíceis, outras fáceis Porque hoje é sábado á um beber e um dar sem conta Porque hoje é sábado Há uma infeliz que vai de tonta Porque hoje é sábado Há um padre passeando à paisana Porque hoje é sábado Há um frenesi de dar banana Porque hoje é sábado Há a sensação angustiante Porque hoje é sábado De uma mulher dentro de um homem Porque hoje é sábado Há uma comemoração fantástica Porque hoje é sábado Da primeira cirurgia plástica Porque hoje é sábado E dando os trâmites por findos Porque hoje é sábado Há a perspectiva do domingo Porque hoje é sábado
"Ao longo da vida, tenho espetado o nabo em cricas de todos os tamanhos e feitios, e também de todas as origens sociais. Baseado na minha experiência, distingo três grandes classes sociais de gajas: - gajas de classe baixa, - gajas de classe média - gajas de classe alta.
E gajas de classes diferentes fodem diferentemente. Vejamos:
Gajas de classe baixa: São gajas que trazem para o leito a rudeza do trabalho agrícola. Comportam-se como se estivessem a malhar o milho, só que a maçaroca é o nosso nabo e elas malham com o bordedo. Se não estivesse bem presa ao corpo, estou convencido de que nos arrancavam a picha à conada. Regra geral, são gajas que não se negam a levar na bufa pois desde tenra idade há um primo, inevitavelmente chamado Alfredo, que lhes rebenta as nalgas com o seu barrote que, de tanto enrabar ovelhas, até tem varizes no lombo.
Gajas de classe média: São gajas que fodem com requinte. Podem não ter o instinto animal das gajas de classe baixa, mas sabem alguns truques que aprenderam lá fora. Aliam uma desinibição resultante de educação progressista a uma ânsia de saber que lhes permite manterem-se informadas sobre as mais modernas técnicas de mamar na sardanisca e de dar trancadas inovadoras, que aprendem nas revistas femininas.
Gajas de classe alta: São gajas que compensam alguma falta de prática e talento com o facto de terem condições financeiras para andar a embelezar as tetas, a peida e a própria pachacha. Estas gajas não tiveram primos de picha calejada a desbravar caminho. Todos os seus familiares do sexo masculino são panascas. Mas elas tentaram, pelos seus próprios meios, iniciar actividades fodengas enfiando objectos rombos no seu endinheirado pipi. Em casa destas gajas há sempre qualquer coisa que serve para esse efeito: um castiçal de prata, uma perna de uma cadeira D. João V, uma tela do Cargaleiro toda enroladinha para enfiar no cu (que é, aliás, o lugar dela). Estas gajas têm uma grande falta de nabo, dada a paneleirice do meio em que vivem. Por isso, assim que se apanham com um gajo que cheire a animal e lhes dê umas piçadas a sério, dispara-lhes o fusível e desatam a foder como se não houvesse amanhã. Nessa altura, proporcionam festa bem rija na cama."
"Não despreze a masturbação. Afinal é fazer sexo com a pessoa que mais ama." "Não tenho medo de morrer. Só não queria lá estar quando isso acontecer" "A eternidade é muito comprida. Sobretudo no fim."
Gosto de tirar a roupa E sentir o teu caralho duro Enchendo de prazer a minha boca Deixando-me louca de tesão Enquanto vou sendo beijada com sofreguidão... Gosto de tirar a roupa Virar-me de costas E oferecer-me por inteiro Pedindo sorrateira A tua entrada no meu traseiro. Gosto de tirar a roupa E me sentir lambuzada Inteiramente desejada Pronta para comer E ser comida... Gosto de tirar a roupa Abrir as minhas pernas E ficar te sacaneando Oferecendo a minha vagina quente Cheia de vontade de ficar molhada.
Gosto de tirar a roupa E me sentir uma puta Pronta para ser abusada Penetrada, amada Tonta de tesão e dor. Gosto de tirar a roupa E sentir as tuas mãos me envolvendo O teu dedo no meu cuzinho A tua língua na minha pombinha E a minha boca no teu pau. Gosto de tirar a roupa E de gritar como uma maluca Com o prazer doidivanas Que tu provocas no meu corpo Quando entras em mim erecto. Gosto de tirar a roupa E ser obscena Ser a tua pequena Ser a tua tarada Sempre pronta para tirar a roupa...
No templo: O discípulo pergunta: - Sábio e honrado mestre, poderia ensinar-me a diferença entre uma pérola e uma mulher? O Mestre: - A diferença, humilde gafanhoto, é que numa pérola pode enfiar-se por dois lados, enquanto numa mulher somente por um lado. O discípulo (um tanto confuso): - Mas Mestre, longe de mim pensar contradizer vossa infinita sabedoria, mas ouvi dizer que certas mulheres permitem ser enfiadas pelos dois lados! O Mestre (com um fino sorriso): - Nesse caso, curioso gafanhoto, não se trata de uma mulher e sim de uma pérola...
"Há minetes e minetes, é importante que se diga isto logo à partida. Há o minete-frete, que um gajo se vê forçado a fazer enquanto aguarda que a gaja esteja pronta para a foda propriamente dita.
Há o minete-investimento, que um gajo faz porque percebe que a gaja, para já, não alinha em foder, mas talvez se disponha a agasalhar o nabo se levar umas lambidas entusiasmadas na crica.
Há o minete-recreativo, que um gajo até se dispõe a fazer quando se lhe apresenta uma pachacha de tal modo agradável à vista que apetece adiar o gozo de a escachar à piçada.
Estas são as três grandes categorias do minete. Haverá mais, mas são sub-categorias, sub-minetes, digamos assim, que acabam por cair no âmbito destes grandes minetes."
"Quando falamos de minete, deparam-se-nos três problemas principais: Equiparação com o broche, localização, reciprocidade. Em primeiro lugar, o minete não é equiparável ao broche. Não se pense que são práticas sexuais equivalentes. O broche é claramente superior. Chupar é uma actividade natural no ser humano. Chupa-se no dedo, na infância, e continuamos a chupar coisas na idade adulta - caso dos gelados, por exemplo. Chupar um calipo ou mamar no nabo radicam na mesma necessidade básica da natureza humana. Já o minete não tem paralelo na natureza. Não é próprio do ser humano dar lambidas em carne peluda. O mais próximo que estamos disso é quando comemos uma sande de coirato. Mas o coirato é mastigado e engolido, não é lambido e chupado.
Em segundo lugar, temos a localização. O minete é executado na cona, cuja vizinhança deixa muito a desejar. A cona - sabemo-lo todos - é vizinha do cu. E do cu não vem nada de bom.
Em terceiro lugar, temos a questão da reciprocidade. Há uma grande quantidade de gajas que gostam que lhes façam minete, mas não gostam de fazer chuchas-na-tola. Muito menos gostam de engolir no fim. Isto é profundamente errado. É uma posição que revela má fé e desonestidade intelectual. Todas as mulheres que têm nojo do esguicho nabal bebem leite. Ora, quem se dispõe a beber um líquido que sai das tetas badalhocas de um bicho mal-cheiroso e cagão como é a vaca, não pode depois recusar-se a abocanhar o barrote de um gajo que toma banho e esfrega os tomates com sabonete que cheira a amêndoas doces. É uma questão de bom senso."
People killing, people dying Children hurt and you hear them crying Can you practice what you preach And would you turn the other cheek Father, Father, Father help us Send some guidance from above 'Cause people got me, got me questioning Where is the love?
No dia seguinte o principezinho voltou. - Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... São precisos ritos.
in O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry Imagem retirada da net
É terça-feira e a feira da ladra abre hoje às cinco da madrugada E a rapariga desce a escada quatro a quatro vai vender mágoas ao desbarato vai vender juras falsas amargura ilusões trapos e cacos e contradições
É terça-feira e das cinzas talvez amanhã que é quarta-feira haja fogo outra vez o coração é incapaz de dizer "tanto faz" parte p'rá guerra com os olhos na paz
É terça-feira e a feira da ladra quase transborda de abarrotada E a rapariga vende tudo o que trazia troca a tristeza pela alegria E todos querem regateiam amarguras ilusões trapos e cacos e contradições
É terça-feira e das cinzas talvez amanhã que é quarta-feira haja fogo outra vez o coração é incapaz de dizer "tanto faz" parte p'rá guerra com os olhos na paz
É terça-feira e a feira da ladra fica enfim quieta e abandonada e a rapariga deixou no chão um lamento que se ergue e gira e roda com o vento e rodopia e navega e joga à cabra-cega é de nós todos e a ninguém se entrega
É terça-feira e das cinzas talvez amanhã que é quarta-feira haja fogo outra vez o coração é incapaz de dizer "tanto faz" parte p'rá guerra com os olhos na paz Sérgio Godinho
Voa, livre e feliz, para além de aniversários, através da eternidade e encontrar-nos-emos de vez em quando, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar.
in Não há longe nem distância, Richard Bach Foto retirada da net
E tu Maria diz-me onde andas tu qual de nós faltou hoje ao rendez-vous qual de nós viu a noite até ser já quase de dia é tarde, Maria toda a gente passou horas em que andou desencontrado como à espera do comboio na paragem do autocarro
O encontro aconteceu O gosto do desejo explodiu O esperado momento Na paixão se rendeu. Amantes se buscando Amor, tesão e loucura, Na porta do quarto O amor se abrindo. Roupas arrancadas Tensão e anseios Bocas se beijando Línguas se buscando Corações a mil. Uma fusão de corpos Se atraindo Se acoplando Se ajustando. O jogo do amor desesperado Tão esperado Na busca do prazer intenso. A batalha amorosa Na volúpia escandalosa Uma disputa de prazer. O corpo cheirando a sexo Impregnado de sensualidade O sangue fervendo, Mãos em toques sensuais Línguas pelos corpos O amor nos rituais. A loucura não espera O tempo certo para amar Ama na porta, no chão, Só os loucos amam assim! E os amantes ocasionais.
Voa quem tem coragem para o fazer in A História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar, Luís Sepúlveda
Vê mais longe a gaivota que voa mais alto in Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples factos do vôo - como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. in Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach Foto retirada da net
Nem todas as mulheres gostam de ser lambuzadas de esperma durante a "festa". Algumas por sentirem repulsa, outras porque acham humilhante e outras, simplesmente porque não. Pessoalmente, gosto muito quando uma mulher me deixa fazer isto.