segunda-feira, janeiro 28, 2008

Vem

Vem
Além de toda a solidão
perdi a luz do teu viver
perdi o horizonte

Está bem
Prossegue lá até quereres
Mas vem depois iluminar
Um coração que sofre

Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar

Por isso vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
deixa-te andar a navegar



Pedro Ayres de Magalhães /Madredeus
Imagem retirada da net

domingo, janeiro 27, 2008

Blowin' in the wind



How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many times must a man look up
Before he can see the sky?
'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.


Bob Dylan

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Estrela da Tarde


Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!


Ary dos Santos

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Fascinação



Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ

O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor


Versão de Armando Louzada para Elis Regina
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segunda-feira, janeiro 21, 2008

Um sonho de Amor


Toco-te. Todos os meus sentidos se rendem ao encanto dum momento mágico.
As chamas da paixão, o calor febril de um amor nunca consumado e o impulso avassalador do desejo, levam as nossas bocas à união sôfrega das línguas, à fusão intensa dos corpos.

Já não nascem estrelas nem morrem planetas. O Universo fica quieto, assiste simplesmente a este beijo desesperado, cheio dos sons húmidos da entrega plena, total, de corpos e almas que finalmente cedem à imensa vontade de se amarem, com uma urgência furiosa.


Fomos um dia, uma tarde, uma noite de amor.
Fomos corpos enlaçados, mãos dadas, olhos fechados, bocas coladas, sexos que se encontraram e gemeram alucinados.
Fomos palavras, confessando sentimentos que já não podiam ser calados. Fomos dois corações muito apaixonados. Foi assim, que pela primeira vez, nos amámos.


Toni
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São assim os sonhos


Se não formos audazes, o que não é sinónimo de irresponsabilidade, se não formos terrivelmente audazes com os nossos sonhos e não acreditarmos neles até os tornar realidade, então os nossos sonhos murcham, morrem, e, com eles, nós também.


in "O Poder dos Sonhos" - Luis Sepúlveda
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Poetas andaluces


Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
Qué miran los poetas andaluces de ahora?
Qué sienten los poetas andaluces de ahora?

Cantan con voz de hombre, pero donde están los hombres?
Con ojos de hombre miran, pero donde los hombres?
Con pecho de hombre sienten, pero donde los hombres?

Cantan, y cuando cantan parece que están solos.
Miran, y cuando miran parece que están solos.
Sienten, y cuando sienten parecen que están solos.

Es que ya Andalucía se ha quedado sin nadie?
Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
Qué en los mares y campos andaluces no hay nadie?

No habrá ya quien responda a la voz del poeta?
Quién mire al corazón sin muros del poeta?
Tantas cosas han muerto que no hay más que el poeta?

Cantad alto. Oiréis que oyen otros oídos.
Mirad alto. Veréis que miran otros ojos.
Latid alto. Sabréis que palpita otra sangre.

No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
Encerrado. Su canto asciende a más profundo
Cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres.


Rafael Alberti

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

Valsa de um homem carente


Se alguma vez te parecer
ouvir coisas sem sentido
não ligues, sou eu a dizer
que quero ficar contigo
e apenas obedeço
com as artes que conheço
ao princípio activo
que rege desde o começo
e mantém o mundo vivo

Se alguma vez me vires fazer
figuras teatrais
dignas dum palhaço pobre
sou eu a dançar a mais nobre
das danças nupciais
vê minhas plumas cardeais
em todo o seu esplendor
sou eu, sou eu, nem mais
a suplicar o teu amor

É a dança mais pungente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente



Jorge Palma
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Vidas em directo



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terça-feira, janeiro 15, 2008

"És eternamente responsável por aquilo que cativas"


"Voici mon secret. Il est très simple: on ne voit bien qu'avec le cœur. L'essentiel est invisible pour les yeux."


In "O Principezinho" - A. Saint-Exupéry
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segunda-feira, janeiro 14, 2008

Ondas de Paixão


Rendi-me.
As implacáveis ondas de paixão que enviaste subjugaram-me totalmente.
Entrego-me a ti, incondicionalmente.
Vais usar palavras ternas, submeter-me a inimagináveis torturas de prazer, fazer-me perder o juízo, devorar-me, jorrar em mim o teu mel quente… E vais aprisionar-me entre as tuas pernas.

Então, confessarei a urgência desesperada de ser teu. Sem limites, gemendo de amor por ti, com suspiros sensuais, beijos ardentes e delirantes de línguas que se enlaçam, enquanto o corpo arde de desejo.
E dentro de ti, com toda a resistência derrotada pelos delírios febris da paixão, venho-me... liberto-me completamente.

Hoje desejo-te, hoje desejo-te tanto…



Toni
Foto retirada da net

Haja o que houver


Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
Espero por ti
Volta no vento oh meu amor
Volta depressa por favor

Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és pra mim

Haja o que houver
Espero por ti

Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor

Eu sei
Quem és
Pra mim

Haja o que houver
Espero por ti



Madredeus
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O jet lag tem destas coisas...



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sexta-feira, janeiro 11, 2008

Amor de um Anjo


Acordei com a tua silhueta recortada na janela.
Não sei se percebeste que estava acordado, ou se estavas simplesmente a deixar voar os teus pensamentos, mas a tua voz soava terna e calorosa.

Tinha sido o desejo que nos levara ali, num caminho repleto de beijos, palavras apaixonadas, de roupa que se libertava de nós com urgência desesperada.
As regras que ignorámos, as convenções que quebrámos, as leis que infringimos, já não podiam impedir as carícias tão esperadas, as palavras desconexas, as respirações ofegantes de desejo, os gemidos de amor e paixão.

Mas tu és um anjo. Não é permitido deixares-te amar por um mortal e nenhum motivo é válido para desafiares o Universo.
É impossível justificar a razão pela qual o gosto do teu beijo, ou a doçura do teu mel, invadiram a minha boca.

Olhas-me... Nesse instante, tudo volta a fazer sentido.

Percebeste o que estava a pensar, aproximaste-te e fixaste-me nos olhos. Um breve sorriso aflorou nos teus lábios mesmo antes de os encostares aos meus.
- Está tudo bem! Vem, quero que me ames outra vez…



Toni
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E o porco?


FACTOS CIENTIFICOS

O orgasmo dum porco dura 30 minutos.

30 minutos!? Oh pá! Que cena marada esta do porco.

Alguns leões acasalam mais de 50 vezes por dia.
Ainda assim prefiro o porco... 30 minutos, que loucura!
Já viram bem? 30 minutos!

Que inveja do porco…

Os olhos de uma avestruz são maiores que o seu cérebro.
Conheço gente assim. Mas como o porco...

As estrelas-do-mar não têm cérebro.
Também conheço gente assim. Mas não como o porco...

O elefante é o único animal que não pode saltar.
Meu Deus… Porquê o porco? 30 minutos!

A urina de gato brilha sob uma luz fosforescente.
E o porco? 30 minutos? Brutal!

Os ursos polares são surdos.
Os cães Pastor Alemão são nacionalistas, a baleia franca é franquista e o porco...
O porco é demais!

Os humanos e os golfinhos são as únicas espécies que têm sexo por prazer.
E se um golfinho tem sexo com um porco? 30 minutos! Que fenómeno!



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Pois...



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quinta-feira, janeiro 10, 2008

Kiss


You don't have to be rich
to be my girl
You don't have to be cool

to rule my world
Ain't no particular sign
I'm more compatible with
I just want your extra time and your

Kiss


Prince
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Underwater Love


This must be underwater love
The way I feel it slipping all over me
This must be underwater love
The way I feel it

O que é que é esse amor, d’água
Deve sentir muito parecido a esse amor
This is it
Underwater love
It is so deep
So beautifully liquid

Esse amor com paixão, ai
Esse amor com paixão, ai que coisa

After the rain comes sun
After the sun comes rain again
After the rain comes sun
After the sun comes rain again

This must be underwater love
The way I feel it slipping all over me
This must be underwater love
The way I feel it

O que é que é esse amor, d’água
Eu sei que eu não quero mais nada

Follow me now
To a place you only dream of
Before I came along

When I first saw you
I was deep in clear blue water
The sun was shining
Calling me to come and see you
I touched your soft skin
And you jumped in with your eyes closed
And a smile upon your face
Você vem, você vai
Você vem e cai
E vem aqui pra cá
Porque eu quero te beijar na sua boca
Que coisa louca
Vem aqui pra cá
Porque eu quero te beijar na sua boca
Oh que boca gostosa

After the rain comes sun
After the sun comes rain again
After the rain comes sun
After the sun comes rain again
Cai cai e tudo tudo cai
Tudo cai pra lá e pra cá
Pra lá e pra cá
E vamos nadar
E vamos nadar e tudo tudo dá

This must be underwater love
The way I feel it slipping all over me
This must be underwater love
The way I feel it
Oh oh d’água we are full

Underwater
Oh underwater love
This underwater love
This underwater love
Underwater love



Smoke City
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quarta-feira, janeiro 09, 2008

Coisas de Amor


Amor distante, proibido, mas tão desejado e tão sentido.
O primeiro beijo, a primeira vez, tão intensamente esperados.
Vontades que aguardam, pelo encontro sonhado, para serem gemidas com paixão.


Toni
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Balanço geral



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A vida com banda sonora


Os anos adolescentes

Ar de Rock - Rui Veloso
Circo de Feras - Xutos e Pontapés
Reckless - Bryan Adams
Like a Rock - Bob Seger
Dark Side of the Moon - Pink Floyd
The Wall - Pink Floyd
Fire Ball - Deep Purple
Burn - Deep Purple
Dire Straits - Dire Straits
Love Over Gold - Dire Straits
Brothers in Arms - Dire Straits
Greetings from Asbury Park, N.J. - Bruce Springsteen
Darkness on the Edge of Town - Bruce Springsteen
The River - Bruce Springsteen
Nebraska - Bruce Springsteen
Born in the USA - Bruce Springsteen

Os anos universitários

Down to the Moon - Andreas Vollenweider
If I Should Fall from Grace with God - The Pogues
Radio KAOS - Roger Waters
The Final Cut - Pink Floyd
Jonathan Livingstone Seagull - Neil Diamond
Introducing the Hardline according to Terence Trent D'Arby - Terence Trent D'Arby
Nothing like the Sun - Sting
Sepes - Trovante
Dance of the Flames - Incantation
Crest of a Knave - Jethro Tull
Inarticulate Speech of the Heart - Van Morrison



To be continued...

Hey there Delilah


Hey there Delilah
whats it like in New York city
I’m a thousand miles away
but girl tonight you look so pretty
yes you do
Time Square cant shine as bright as you
I swear it’s true

Hey there Delilah
don’t you worry about the distance
I’m right there if you get lonely
give this song another listen
close your eyes
listen to my voice its my disguise
I’m by your side

oh its what you do to me
what you do to me

Hey there Delilah
I know times are getting hard
but just believe me girl
someday ill pay the bills with this guitar
we'll have it good
we'll have the life we knew we would
my word is good

Hey there Delilah
I’ve got so much left to say
if every simple song I wrote to you
would take your breath away
id write it all
even more in love with me you’d fall
we'd have it all

oh its what you do to me

A thousand miles seems pretty far
but they've got planes and trains and cars
id walk to you if I had no other way
our friends would all make fun of us
and we'll just laugh along because we know
that none of them have felt this way
Delilah I can promise you
that by the time that we get through
the world will never ever be the same
and you’re to blame

Hey there Delilah
you be good and don’t you miss me
two more years and you’ll be done with school
and ill be making history like I do
you know its all because of you
we can do whatever we want to
hey there Delilah here’s to you
this ones for you

oh its what you do to me
what you do to me



Plain White T's
Imagem retirada da net

Soneto de Mal-Amar


Invento-te recordo-te distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.

A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.

E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.

Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.



Ary dos Santos
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terça-feira, janeiro 08, 2008

Cavalo à solta



Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve, breve
instante da loucura

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura



Ary dos Santos
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Eles & Elas


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Flor do Medo


Venha me beijar de uma vez
Você pensa demais pra decidir
Venha a mim de corpo e alma
Libera e deixa o que for nos unir
Não vá fugir mais uma vez
Vença a falta de ar que a flor do medo traz
Tente pensar
Pode até ser mal e tal
Mas pode até ser que seja demais

Tudo vai mudar
Posso pressentir
Você vai lembrar e rir
Alguma dor que não vai matar ninguém
Pode ser vista, nos rondar
Não precisa se assustar
Isso é clamor
De amor

Venha me beijar de uma vez
Feito nuvem no ar sem aflição
Vem a mim de corpo e alma
Libera a paz do meu coração
Não vá se perder outra vez
Nesse mesmo lugar por onde já passou
Tente pensar
Pode até ser sonho e tal
É, mas pode até ser que seja o amor


Djavan
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Coisas de Sexo






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Problemas de comunicação

DICIONÁRIO FEMININO - O que diz & O que diz realmente

Sim - Não.
Não - Sim.
Não sei - Sim.
Talvez - Não.
Tenho muita pena - Vai ser como eu quero.
Nós queremos - Eu quero.
Faz como quiseres - Vais pagar muito caro por isto.
Vamos conversar - Quero fazer queixas de ti.
Vai em frente - Não quero que vás.
Não estou chateada - Claro que eu estou chateada.
Sê romântico, apaga a luz - Sinto-me gorda.
Esta cozinha não é grande coisa - Quero uma casa nova.
Amas-me muito? - Eu fiz uma coisa que tu não vais gostar nada de saber.
Estou pronta num minuto - Tira os sapatos, liga a televisão e relaxa.
Estou gorda? - Diz-me que estou bonita.
Tens de aprender a comunicar - Concorda sempre comigo.
Não estou a gritar! - Estou a berrar!


DICIONÁRIO MASCULINO - O que diz & O que diz realmente

Estou com fome - Estou com fome.
Estou com sono - Estou com sono.
Estou cansado - Estou cansado.
Queres ir ao cinema? – Vamos para a cama?
Posso convidar-te para jantar? - Vamos para a cama?
Posso ligar-te? - Vamos para a cama?
Queres dançar comigo? - Vamos para a cama?
Esse vestido é bonito - Uau!! Que belo decote!! Vamos para a cama?
Pareces tensa, deixa-me fazer-te uma massagem - Vamos para a cama?
Estou chateado - Vamos para a cama?
Amo-te - Vamos para a cama já!
Queres casar comigo? - Não quero que vás para a cama com outros.
Gosto mais deste – Traz um vestido qualquer e vamos para a cama.
Vamos conversar - Vês como sou sensível? Talvez queiras vir comigo para a cama.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

(Diz) A verdade


Se te perguntarem por nós, sobre
que coisa fazemos quando estamos
juntos, diz a verdade

que deslocamos os cometas sem
querer, as estrelas para desenhos e
a lua garantindo o amor

Diz a verdade sobre a intervenção
na cósmica escolha dos casais,
a obrigação de nos obedecer

não fosse o universo desentender quem
somos e favorecer a separação ou,
pior, o não nos havermos conhecido


Paulo Praça – Disco de Cabeceira
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O sopro do coração


Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (Porque não)
Porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor mero gozo
Sorvedouro caprichoso
No sopro do coração
No sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão

Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras

Corto em dois limão
Chego o ouvido
Ao frescor
Ao barulho
À acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele
É bem isso
E apesar disso eriça a pele
O sopro do coração
O sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão

Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras


Clã - Lustro
Foto retirada da net

Luiz Pacheco (1925-2008)


Escritor, crítico literário, polemista maldito, fundador da editora Contraponto, nasceu em Lisboa em 1925.
Próximo da tendência surrealista, escreveu entre outras obras:
O Teodolito (1962)
Comunidade (1964)
Crítica de Circunstância (1966)
O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (1970)
Literatura Comestível (1972)
Memorando Mirabolando (1995).

Faleceu no passado Sábado.

Bibliografia aqui:
http://luizpacheco.no.sapo.pt/bibliografia/

Mais informação aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Pacheco


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domingo, janeiro 06, 2008

Memories



All of my memories keep you near.
In silent moments imagine you be here.


Within Temptation - The Silent Force

sábado, janeiro 05, 2008

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Sem ti


Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?


Adriana Calcanhoto
Foto retirada da net

Cântico Negro


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


José Régio
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Soneto de amor


Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., — unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... — abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!


José Régio

Foto retirada da net

Soneto da devoção


Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — Uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!



Vinícius de Moraes
Foto retirada da net

4 de Janeiro


A 4 de Janeiro de 1809, nasce em Coupvray, Louis Braille, criador do sistema de leitura para invisuais.


Faleceu a 6 de Janeiro de 1852.


Imagens retiradas da net

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Modo de amar V


Docemente amor
ainda docemente

o tacto é pouco
e curvo sob os lábios

e se um anel no corpo
é saliente
digamos que é da pedra
em que se rasga

Opala enorme
e morna
tão fremente

dália suposta
sob o calor da carne

lábios cedidos
de pétalas dormentes

Louca ametista
com odores de tarde

Avidamente amor
com desespero e calma

as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros
numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala

Ferozmente amor
com torpidez e raiva

as ancas descendo como cabras
tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas
que se abrem

E logo os ombros
descaem
e os cabelos

desfalecem as coxas que retomam
das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam

Suavemente amor
agora velozmente

os rins suspensos
os pulsos
e as espáduas

o ventre erecto
enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas


Maria Teresa Horta
Foto retirada da net

Modo de amar IV


Encostada de costas
ao teu peito

em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado

ambos de pé
formando lentos gestos

as sombras brandas
tombadas no soalho



Maria Teresa Horta
Foto retirada da net

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Modo de amar III


É bom nadar assim
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas já dentro do meu

Ambos piscinas que a nado atravessamos
de costas tu meu amor
de bruços eu


Maria Teresa Horta
Imagem retirada da net

Modo de Amar II


Pôr-me-ás de borco,
assim inclinada...
a nuca a descoberto,
o corpo em movimento...

a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo...

Pôr-me-ás de borco;
Digo:
ajoelhada...

as pernas longas
firmadas no lençol...

e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos como quem consome...

(Pôr-me-ás de borco,
assim inclinada...

os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)



Maria Teresa Horta
Foto retirada da net

Modo de Amar I


Lambe-me os seios
desmancha-me a loucura

Usa-me as coxas
devasta-me o umbigo

Abre-me as pernas
põe-nas nos teus ombros

E lentamente faz o que te digo



Maria Teresa Horta
Foto retirada da net

Um Beijo


Que te mostre como te quero.
Que te mostre como te desejo.


Foto de Robert Doisneau
Paris, 1950

Bom ano de 2008


Não se esqueçam de ser felizes...


Imagem retirada da net