sexta-feira, abril 29, 2011

Mãezinha



A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem misséis.
Corria branda a noite e a vida era serena.

Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.

28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de filhos
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)

Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.

Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.

Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maior sossego, às horas em
que entrava e saía do emprego.

Dessas 9 excelentes raprigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.

A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igeja.
Foi a minha mãezinha.



António Gedeão

segunda-feira, abril 11, 2011

Hoje


Hoje, vou olhar-te nos olhos e perder-me no teu encanto. Não vou resistir à tua doçura nem à tua beleza. Contigo nos meus braços, procuro a tua boca e beijo-te com muita ternura.

E quando as nossas bocas se separam, sussurro ao teu ouvido:
- Pensei tanto em ti...

Em resposta, dás-me o teu lindissimo sorriso. Seguras-me as mãos e perguntas:
- E como foi que pensaste em mim?

- Como quem não pode viver sem ti. - Respondo.



Toni
Foto retirada da net

sexta-feira, abril 08, 2011

Para refletir


"Nunca desista de uma amizade ou de um grande amor só porque a distância os separou; seja paciente como o sol e a lua pois quando se encontram formam um dos fenómenos mais belos do universo."


André S. Corrêa
Foto retirada da net

sexta-feira, abril 01, 2011


Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz.


Victor Hugo
Imagem retirada da net